Neste vídeo destaco que as histórias curtas, de estrutura simples, cumprem com uma função parecida com a das grandes narrativas, pois os elementos fundamentais que mobilizam o interesse das crianças pequenas já estão presentes nelas.

Apresento como exemplos a "História do Seu José e do Seu Mané" e também as parlendas "Cadê o Toicinho que estava aqui?" e "Este foi cortar lenha", ambas dotadas de uma narrativa interessantíssima, que dá muito pano pra manga.

O texto das parlendas é precioso:

 

PARLENDA 1:

Minguinho,

Seu vizinho

Pai de Todos

Fura-Bolo

Mata-piolhos

Cadê o Toicinho que estava aqui?

 

PARLENDA 2:

Este foi cortar lenha

Este ajudou

Este encontrou um ovo

Este fritou

Este comeu tudinho

Olha que gordinho ele ficou!

 

São narrativas simplificadas, contadas nos dedos das mãos, mas que possuem uma profundidade muitas vezes pouco valorizada. Elas exercitam nos bebês a apreensão de noções como dentro e fora, presente e ausente, sequência, tempo etc. Podem ser contadas dezenas de vezes, sem perda de entusiasmo. Aliás,a repetição, é um fator fundamental para a eficácia da atividade. As próprias crianças sabem disso e pedem insistentemente para que essas histórias sejam recontadas inúmeras vezes.

A "História do Seu José e do Seu Mané" é também um ícone das Histórias contadas com as mãos. Já detém uma certa popularidade no meio educacional. Ao que tudo indica, foi popularizada principalmente no contexto da Pedagogia Waldorf, onde as histórias contadas com as mãos são muito utilizadas. Aliás,fica aqui a dica. A Pedagogia Waldorf possui um arcabouço valioso de histórias tradicionais e modos de narrar, os quais são acompanhados por uma visão ímpar de infância, respeitosa quanto às especificidades de cada faixa etária e muito sensível do ponto de vista estético e artístico.